domingo, 9 de agosto de 2009

BEM-VINDOS

Cerejais é uma freguesia portuguesa do concelho de Alfândega da Fé, com 16,79 km² de área e 247 habitantes (2001). Densidade: 14,7 hab/km².

2 comentários:

  1. -
    Um dia mais
    a conhecer manhã;
    na divina luz
    expanda,
    longe ressoe
    acrescida música;
    flua a invenção.
    -
    Reúnam-se palavras, e corram consoantes;
    nenhum arrepio a murmúrios hajam;
    a quebrarem-se, depondo-se, conclusas ondas.
    -
    O lobo-do-mar,
    investindo rigorosos passos p’la marginal,
    à distância vai, olhos fitos no farol.
    -
    Seixo interminamente rolado,
    vezes sem conta batido das vagas,
    isso…
    -
    Velhas róseas,
    lavadas em água benta,
    os ventres cheios,
    a irem
    à amêndoa.
    -
    Pudesse ser controlador aéreo
    para assinalar descolagens;
    magnos voos
    escapam porém a meu sondar;
    até porque
    sempre há mais ar do que ar.
    -
    Platão, Cristo, Paulo:
    Em Atenas o socrático filósofo
    o etéreo à Ideia indicava.
    Dias depois pela Judeia
    o Amigo ânimos demove.
    Donde vindo o arrasado társio
    no areópago ergue a voz vivida.
    -
    O de Assis pai:
    Doirado sonho o move a novo dia.
    Pobre se torna o que é,
    no Deus mantido.
    A natureza ama,
    que o conforta como a irmão.
    Arrastando-se nu por cru desterro louva.
    António destaca
    para tratar da Arca Gran Saber.
    Seu desígnio é dar, nada ter, esperar.
    Morte amiga o conhece, exalça, abraça;
    à flor do humo subido outro Cristo.
    -
    Maximiliano Kolbe:
    De Miriam Esplendente Imaculada
    ‘cartuchos’ distribui até orientais confins.
    Terminal medida sem azedume cumpre
    até cinza se dando,
    para que, na sua vez, antigo amigo viva.
    -
    Infante Henrique:
    A cruz templária, no pano-cru das velas,
    às barcaças soltas mãos esboçam.
    Terras, céus, sopros, marés com rigor
    se analisam, especulam, estudam.
    A ousada variação, rumos definindo,
    vãs conjecturas vai desvanecendo.
    Do Infante obrigados, uns lusos nautas,
    com areais atinando, inauguram padrão.
    -
    Tenho ali
    o docinho para ti!
    Avó madrinha
    demandava-me,
    à parte, à quermesse,
    a desvelos de seda;
    hoje me atrai ainda,
    desarmando-me
    com raros favos.
    -
    Pesca:
    Bogas, sargos,
    sáveis, robalos
    da água cativos.
    -
    A manhã
    dum chilreio
    bombardeio
    inicia.
    -
    Canoagem
    contra morna anomia.
    -
    Trepo a cumes
    a que me incluo.
    -
    Tijolo a tijolo,
    sobre o solo,
    encho do sólido sol o livro;
    andaimes venço à exaustão.
    -
    Arcanos do coração alquebram-se
    ternurentos p’la cidade
    ao deparar com as varredoras
    das batas verdes;
    cedo alindam ruas,
    nupciais passadeiras
    pra ventanias aladas.
    -
    Hipismo:
    Transpor obstáculo
    após obstáculo -
    até chegar, a repouso,
    à pradaria.
    -
    Que graça terá
    cegar touro
    contra vermelhão
    e lhe desferir
    estocada?
    -
    Por Asa-Delta arrebatado,
    quase se me varre da ideia
    o forçoso descenso.
    -
    O espeleólogo
    afunda-se
    por si.
    -
    P’lo bar, as líricas jovenzinhas,
    comuns dias,
    elásticas pastilhas,
    cafezinhos,
    jogos d’azar,
    mesa à janela,
    saudável pasmaceira
    regional, nacional, internacional,
    conhecem-me melhor do que os consabidos
    escrivães conformes.
    -
    Gaivotas bicam peixe à flor da água
    enquanto o Sado azula ondulações;
    a amplo espaço abre-se o olhar
    que até à fera novidade se evola.
    -
    Boxe:
    Directos, defesa, ataque, golpes,
    contagem decrescente até soar desfecho.
    Um tomba exausto no tapete,
    a outro, cambaleante, braço levantam.
    -
    Pardalito,
    vem cair na minha mão;
    aquece-te na minha mão;
    aconchega-te na covinha da minha mão;
    debica de minhas unhas grainhas de romã.
    -
    Aux Alpes:
    Suspenso do ar lavado, a amplo aspiro o gran poema
    sobre a terra, pacífica extensão, palpada ida, eternidade,
    réstia, vista, sopro, asa, estremecer.
    -
    Podes morrer, que o sol continuará
    sobre ondas explanando-se na areia,
    a lua ciclicamente plenificando-se,
    os montes, lombos ermos, maravilhando,
    niñas flores espreguiçando-se,
    vozes do vento, prenhes memórias.

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  2. ‘Se O omitirem,
    as pedras e os menino O gritarão,
    loucura para o mundo,
    sabedoria para os simples,
    única medida…’
    Ser-vos-á servida quantidade acubulada, a transbordar:
    Fará com que vos senteis à mesa, preparará refeição,
    e vos atenderá, caso estejais vigilantes, dias, noites, cingidos
    rins, vestidos com rigorosíssimo traje, e compunção.
    ‘O sol se deu resplendendo,
    as boas e as más horas,
    igual pra justos e injustos.’
    Não criastes, artistas, filósofos, economistas,
    estudiosos da praxis, sociólogos, um mundo ao avesso,
    sufocados p’la vossa absoluta cultura,
    com o Sim e o Não a equivalerem-se?
    Que é daqueles que tratastes de somenos?
    ‘Um Brot, um Brot, um Brot!’ ‘De profundis clamavi!’
    Donde esse vosso estranhamento perante a morte,
    outro tempo, natural como respirar.
    Pedi que a Hora não vos interrompa em meia viagem.
    Alcance-se do Amigo Único A Antiga Palavra:
    ‘Venenos, espancamentos, pestes, serpentes não temereis…’

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