quarta-feira, 12 de agosto de 2009

ORAGO: SÃO PAULO

São Paulo
São Paulo, o apóstolo, mártir e um dos grandes missionários, místicos e teólogos da Historia da Igreja. Ele nasceu na cidade de Tarsus na Cilicia, Ásia Menor (hoje Turquia). Filho de uma tribo de judeus de Benjamim. Tornou-se um cidadão romano chamado Saul e foi criado como fariseu (a mais rígida seitas judias do período) em Tarsus, aprendeu a arte de fazer tendas uma profissão que muito útil quando passou a peregrinar por todo o império romano), e estudou a lei judáica, o Grego e o Latin. Enviado por algum tempo para Jerusalém ele encontroou ali um professor, o famoso rabino Gamaliel, e ficou especialista no Torah. Após desenvolver forte laços com Jerusalém ele retornou a Tarso- quase certo, antes de Jesus começar o seu ministério público - e ali gradualmente teve contato com a nova seita do Nazareno, como os primeiros seguidores de Cristo eram chamados, alguns anos após a Crucificação.Paulo tornou-se um dedicado oponente da nova Igreja e estava presente ao martírio de São Esteves; de fato ele guardou a roupa daqueles que jogavam pedras no protomartir e assim "consentiu na sua morte". (Atos 7:58-8:1).Indo para Damasco para fazer perseguição aos Nazarenos ele foi convertido enquanto estava na estrada (Atos 9:1-19;22:5-16 e 26:12-18).Deixado cego por uma luz brilhante, que ele entendeu que era o próprio Cristo e foi levado para Damasco e ficou por três dias na escuridão. Sendo batizado por Ananias, sua visão voltou imediatamente e ele deixou a cidade e ficou vários anos na Arábia em prece e meditação. Retornando a Damasco, ele começou a pregar a sua fé com grande habilidade, convicção e persistência que, as vezes, tinha que escapar sendo baixado pelas paredes da cidade por meio de uma cesta. Ele foi a Jerusalém onde se encontrou com Pedro e outros apóstolos desconfiados, mas com a ajuda de Barnabás consegui convence-los de sua sinceridade. Após pregar em Cilícia e Caesarea, em 45 AD Paulo embarcou em sua primeira das suas grandes jornadas missionárias. Com Barnabas, e Marcos, Paulo (como ele passou a ser conhecido) velejou até Chipre e Turquia , estabelecendo comunidades cristãs na Antiópia, Psidia, Iconium e por toda a Ásia Menor. Seus esforços missionários criaram muita revolta em algumas cidades–ele foi até mesmo apedrejado e deixado para morrer pela multidão enfurecida em uma delas- mas ele encontrou solo espiritual fértil entre o Gentios. Paulo retornou a Antiópia com notícias que ele havia aberto a porta da fé (Ato 14:27) para os Gentios. Esta oportunidade iniciou a maior controvérsia na comunidade Nazarena, e uma disputa começou no Conselho de Nazaré, o qual enfim decidiu que a conversão deveria abranger também os Gentios e qualquer outro povo pagão.Paulo foi o mais ardente missionário entre as populações pagãs do Império Romano. No ano de 50 DC ele iniciou a sua segunda jornada missionária desta vez para Silas, viajando da Azia Menor até a Macedônia e a Grécia.Em Atenas ele encontrou-se com os filósofos Stoic e Epicurean e depois foi para Corinto, onde ficou por um ano. Na sua terceira jornada missionária ele foi para Grécia, passou dois anos em Ephesus (hoje Turquia) visitando Colossa, Philadelphia, Laodicea e Corinto. No seu retorno a Jerusalem 5 anos depois ele foi atacado por inimigos dos judeus e foi salvo de morte certa por um esquadrão de soldados romanos. Acusado por Sanhedrin de trazer gentios para o templo, ele usou seus privilégios de cidadão romano para ser enviado para Ceasarea para julgamento pelo governador. Ele ficou três anos na prisão e quando o seu julgamento afinal aconteceu, ele apelou para Roma. Foi então enviado de navio para Roma sob uma guarda romana, mas o navio naufragou ao chegar em Malta. Finalmente julgado em Roma, foi absolvido. Paulo permaneceu alguns anos na obscuridade, estudando e meditando. Acredita-se que foi para a Síria, Palestina, Grécia, Creta e Espanha. Preso mais uma vez, foi trazido de volta para Roma e colocado em confinamento vigiado. Ele escreveu então, o que seria o seu destino, na sua Segunda Carta a Timóteo (4:6-8). Seu martírio se deu em 67 DC sob o comando do Imperador Nero, Paulo teria sido decapitado (conforme relatado por Tertuliano); mas de acordo com os apócritos "Atos de São Paulo" ele foi espancado até a morte e conseguiu a conversão dos dois soldados romanos, Longus e Cestus, que o trouxeram para o local da execução. Ele teria sido enterrado no cemitério da Via Ostia que pertencia a um cristão chamado Lucina, local onde hoje está erigida a Basílica de São Paulo de Fuori le Mure (" São Paulo de fora dos muros").
Um dos mais imaginativos, eloqüentes, e apaixonados escritores cristãos, Paulo foi aprisionado, espancado, afogado, apedrejado, e finalmente martirizado pela sua fé. Durante as suas jornadas missionárias ele escreveu muitas, várias e extensas cartas. Um terço do novo testamento são as suas cartas. Seus admiráveis escritos tiveram um profundo efeito na teologia cristã, especialmente a Christologia (conceito de Cristo Homem-Deus) e as suas teses no que se refere as graças, predestinação, a liberdade de escolha , o batismo, e a perfeição cristã, são tidos como doutrinas cristãs.
Seus escritos são : Romanos, Primeiro e Segundo Tessalonicenses , Primeiro e Segundo Timóteo, Tito, e Filimon. Liturgicamente São Paulo é comemorado em 29 de junho junto com São Pedro e em 25 de janeiro é a festa do dia da sua conversão. Ele é tradicionalmente simbolizado com o livro e a espada. Sua festa é celebrada no dia 29 de junho com São Pedro.
Ele é considerado o primeiro Doutor da Igreja Católica.
NA:Cumpre notar que os Atos de São Paulo:
É um escrito considerado apócrifo datado da segunda metade do segundo século e compilado por um cristão ortodoxo na Ásia Menor. Consta de vários pequenos tratados e contos incluindo a Terceira Carta de Paulo aos Corintos, O Ato de Paulo e Tecla, e o Martírio de São Paulo.O trabalho pretende elogiar Paulo e exaltar seus feitos e os de outros apóstolos, mas se apóia em duvidosas fontes históricas e de acordo com Tertuliano em seu tratado ‘De Batismo” o compilador foi afastado de sua posição como presbítero por causa disto. Não obstante, os "Atos" são usados por figuras respeitadas como Origens e São Cipriano nos seus trabalhos.
Martirologia de São Paulo:
Um trabalho apócrifo que conta a morte de Paulo datado do final do segundo século. Ele conta que Paulo em seus últimos dias inclusive sua condenação a morte na presença do Imperador Nero e a conversão do dois oficiais romanos, Longus e Cestus, os quais levaram Paulo ao local de sua execução.
Atos de Paulo&Tecla :Também um escrito apócrifo das aventuras e trabalhos de Paulo e Tecla. Ele supostamente relembra como Paulo veio para Iconium e ali pregou com tanta eloqüência a beleza da castidade que convenceu a já prometida Tecla a abandonar seus planos de casamento. O povo local ficou tão furioso que Paulo foi espancado e Tecla foi queimada viva. Ela foi miraculosamente salva e foi para Seleucia pregar os Evangelhos. Os atos também incluem uma descrição da morte de Tecla em Seleucia. Embora o trabalho tenha algumas valiosas informações históricas, é geralmente considerado apócrifo. Era muito popular durante os primeiros séculos da Igreja e está incluído nos "Atos de São Paulo" e foi preservado em um grande numero de manuscritos e traduções.

2 comentários:

  1. Caleidoscópio:
    Estreme decifrador dos desertos,
    só a linguagem musical
    lhe movia algo.
    Passou a vida toda
    encostado a fundo som.
    Do sonho que o tomou absorto
    despertou rigorosamente morto.
    -
    Diotima,
    que pousaste
    em mim
    o exacto beijo da beleza…
    Resta-me fechar a porta.
    -
    Uma tesoura de mola na sequência.
    Dum tombo cai o professor.
    Um tinteiro vazando-se.
    Ossos doridos a uma faca de espaços.
    Finos fios fundando sulcos.
    Uma rapariga a andar
    com rosas rubras.
    Um som apenas som a repetidas canções.
    Pensamentos tecidos de vacuidade.
    Ansiamos por um dia bom
    desde manhã à noite.
    -
    Os sons enchem o poema,
    moram dentro,
    serenidade construtora;
    entranhada pólvora para paz,
    tudo fecundam;
    se lhes resolve a trama que impregnam;
    sobem à tona e dizem arquitectura a erguer-se.
    Será sua finalidade o emerso hoje?
    -
    Nas íngremes encostas batidas do sol,
    às oliveiras, por grossas mãos varejadas,
    tombavam para chão das extensas lonas
    rebuscados frutos; a quente, no lagar,
    prensas esmagavam, esteiras chorando,
    gorda espessura com pegajoso suco;
    caroços, já desfeita baga, ardiam no lume;
    pra fundas talhas escorria loiro fio.
    -
    Veleiros,
    não ao sabor do vento
    ou das marés,
    sob ágeis pulsos
    derivam.
    -
    ‘Aranhinha
    a tecer a teia…’
    Aos saltos,
    quais ágeis galgos,
    folgando
    pujantes arlequins!
    -
    Gama,
    Sebastião, moço poeta,
    enquanto estiveste connosco
    viveste lindo sonho.
    Ao romper a mansa aurora,
    vou buscar, nas florinhas
    esquecidas da tua serra-mãi,
    a canção que és, num redivivo eco.
    -
    ‘A uma hora destas
    dependurando-se do cigarrinho
    na plena burocracia…’
    Desfaça-se da porcaria,
    descontraia, respire fundo,
    rasgue alegrias.
    -
    Jardins de água e flores,
    onde retine chilreio a múltiplas avezinhas.
    A vendedora das ditas canoras diminutas criaturas
    achou assim maneira de embora ainda aqui
    emigrar de vez.
    Tal fuga lhe admiro, sempre que lá passo
    apressando a redutora sequência
    dos sincopados segundos.
    E se com ela estabelecesse sociedade?
    Que um outro poeta
    aceite a sugestão.
    ‘Mas onde, aonde, essa Lua, essa Estrela, essa Chymera?’
    Simplesmente:
    Passando a esquina, depois um arco, ao CCB, Loja 6.
    -
    Velhos, grosso ranho,
    pés nos socos, meias de espessa lã,
    tossem fundo, e inspiram pachorrento rapé.
    -
    Cai em meus braços,
    cabecita louca,
    logo te dou mel.
    -
    Contigo,
    pombinha bailarina,
    os melhores arrebatamentos.
    -
    Os pobres, à inópia,
    os pés chagados,
    mal conseguem andar;
    por onde vás te assaltam.
    -
    Os versos leve insuspeita água
    até onde lhes respondam;
    colham a peixes mínimas mexidas;
    regressem com o escriba à mesa do tempo.
    -
    Abria o livrinho,
    que trazia para intervalos mortos,
    abria-o, e lia-o sem detença.
    Fazia uma dobra ao canto da página,
    fechava-o, e partia.
    -
    Cobras
    apareciam esventradas por carreiros,
    crescendo lua.
    -
    Radiante diafaneidade, na tarda tarde,
    o Estádio borbulhando ansiado prélio,
    prolongando um bru-ah-ah ambiente,
    desprendendo modeladas vozes.
    -
    Premir teclas, intuir associações,
    moer lembrança, acrescer sentidos
    a reapreciadas palavras,
    continuando atidos
    ao que ao perto:
    Fole fofo, assopra.
    -
    13/10/1917:
    A todos deu o nervoso da luz,
    uns iam tombar.
    Parecia flores d’amendoeira,
    baloiçando-se o chão.
    O sol deu um maior salto.
    Tremíamos como varas verdes.
    Perguntam aos miúdos pastores:
    Não têm medo?
    Não, respondem, com Deus NosSenhor.
    -

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  2. Estações do Peregrino:
    Fundos ais chorasTe sobre a arrasada cidade…
    Acudas-nos, Ana, Mãe da Nossa Mãe da Paz,
    e ouve o louvor que com nossos cantos voa…
    Tel Aviv: Afazeres, à Pátria Universal.
    Que consta em teu passaporte?
    Bat Yam: Acordaram-nos os olhos pó,
    às portas da Terra Prometida.
    Cesareia: Romanos, lusos, ameríndios, índios, etíopes,
    nipónicos, arianos, turcos, arménios,
    ucranianos, croatas, chinos,
    africanos, gregos, esquimós, hebreus, árabes,
    à cor irreal, pasmámos.
    Entrementes, quando nos sentámos, a ver que dava,
    partiam, adereços aviados, saltimbancos.
    Monte Carmelo: Fremindo o sopro.
    A aberta imensidade ante, a maior grandeza,
    alma altíssima a olhos dada.
    O fundo envolve-nos, devolvidos ao claro sonho.
    S. João de Acre: Largo voo entre Haifa e Líbano,
    onde o cedro do caminho.
    Stella Maris: Que era d’Iahweh a voz que move.
    A longe nos levava.
    Tíberíades: Descalços pisamos pedras húmidas,
    perto o manso lago,
    dormente dorso em vagas.
    Da faina, na pesca, nos erguemos:
    Passavas, e seguimos-Te,
    amigos com a Notícia.
    Cafarnaúm sofresTe
    porque previsTe ruína.
    Bem Aventuranças: Nova palavra jorrava, estremecia:
    Ressoando-nos, nos imos fibras do pobre coração,
    nosso e Teu O Esplendoroso Verbo.
    Mar da Galileia: Nas lidas escondidas nos calámos;
    a lago, ou a bom ar, despreocupação,
    distensão e acalmia.
    Tabor: Sonambulissimamente divagávamos,
    absortos discorríamos deslumbrando-nos
    o repleto da Luz um dia aclarada sobre a Terra,
    mal acomodadas as próprias tendas.
    Até tangermos O Inominável.
    Gruta da Anunciação: ‘Verbo caro factum est…’
    A alentar-nos.
    Do Anjo a irradiação descida, começo fecundo.
    Ein Karen: Miriam, sabias, com o coração,
    toda a distância compreendida.
    Bethlehem: Era tão só crer, a’o cintilar a estrela.
    Nazareth: Quotidiano escondido, o aí estares.
    Canaã: Teu sangue nosso, convivas da alegria.
    Jericó: Onde o estranho era irmão.
    Porque ofereceste boleia ao desfigurado,
    o Cristo Te sarará também das tuas chagas.
    A Jerusalém, cidade das todas as cidades,
    as acolhedoras portas sempre abertas,
    por próprio pé, acedemos jubilosos…
    Um palestiniano, passeando, e assoando-se,
    à diurna luz, a última paz…
    Até que nos achássemos definitivamente no templo.
    Muro das Lamentações: Pesada a prova da memória.
    Piscina Probática: Esquecidos no densíssimo pecado,
    largos anos esperámos que nos soerguesses.
    Das Tentações: Acossados, superamos ancestral desespero.
    Monte das Oliveiras: ConTigo chorámos o desígnio dUm Pai.
    Basílica da Agonia: Um furco perto do Seu pé sangrando,
    a soldadesca entrega-se a mesquinho passatempo,
    sobre rabiscos no lajedo, com mínimas pedrinhas.
    Via-Sacra: Marcados p’la Tua dor,
    em Ti morremos.
    Com a Cruz: Bem quis ajudar-Te o de Cirene,
    mas Tu lhe desTe a ele Tua Vida.
    Santo Sepulcro:
    Pra conTigo subirmos
    renascermos.
    Local da Ascensão: RegressasTe
    até aO Lugar de Onde viesTe.
    Pai-Nosso: Éramos agora outros ao olhar O Outro,
    iguais, Teus co-herdeiros.
    Dominus Flevit: Estávamos protegidos e amados.
    No transe desentranhavas o amor maior.
    Porque antevisTe a vitória dos Teus,
    Te deixasTe matar.
    Monte Sião: Para reacender as madrugadas.
    Cenáculo: Junto a Maria, mudámo-nos dO Enlevo Consolador.
    Túmulo do Rei David: Novo incenso, entre sombra e luz.
    Dormição: Toda a tua morte, Maria, alumbras,
    Nossa Senhora da Ternura.
    Cenáculo: Pão e vinho partilhados, plenitude, mãos,
    estremecermos na trepidante passagem.
    Yad Vashen: Amaro ido com registo, em nós caímos.
    …Geena: Medonha, horrenda, hiante desolação…
    El Aqsa: Em tonto sono voaram-nos as ideias.
    Sob a cúpula doirada do templo,
    anéis com versículos gravados aO Misericordioso.
    Tumba de Lázaro: Após ignóbil tragédia, somos nós.
    Aeroporto: Na bagagem, terra declarada.
    Não refizéramos, nem na ínfima parte, O Percurso;
    mas ficámos, na pura verdade vagando,
    tratando, respirando
    conTigo, Cristo Amigo,
    pomba, fogo, loucura,
    inenarrável libertação:
    Até ter cor manhã.

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