Grunhe suíno na pocilga. Não que escasseie bolota. - Cócórócas, galaroz? Esganam-te. - Arrulhas, pomba, ’Spríto? - Zurras, burro? Obras urtiga. - Busca, rafeiro, filas rubi. - Pula, macaco, achas galho. - Alça nariz girafa. Que quesita cata. - Orca tonta, esguichas? - Forças voo, cegonha? Brandamente paira. - Rato anafado com sujidade se ceva. - Lebre saltadora nenhum rasto topa. - À borboleta, ofuscada, o sol a turba. - Vaca leiteira pasta erva verdadeira. - Insecto seco, areia grossa. - Formiga na retirada. - Poeira nuns interstícios. - Bolbo, água, antenas, arame. - A pardal bico destila mel. - Das macieiras ramas, bordado edénico. - Resfolgas, coelhito? Tens certo um catatau. - ‘A saudade saudadinha diz-se nada no Faial…’ S’em ti voasse, saudade, era meu o Portugal. - A amiga saudade é viúva, noiva, e tem por irmã a manhãzinha, a noite é dela também. - Não chores, madrinha, que o netinho voltou, pra revolver o sol à casa aberta, e arrasar casulos a teus bichos-da-seda. - Tecerem-se ramagens de girassóis. - Aquela clareira inteirinha intervalando pura luz livrou-nos. - Da indecisão a um calor melhor a ti própria te perquirires.
Encantos, olhos abertos. Raiva, punhos cerrados. Asas, mãos a céus. Mágoa, do passado. Prece, livro a ler. Esperança, nome gravado. Fúria, fome de pão. Luta, teu bordado. Vida, tu a dizes, meiga rosa, verde prado. Morte, estar vivo. Palavra, ai pesado. Isto dito, eis retrato esboçado. Durmo, velo, ’s’sperado; fujo, fico do teu lado. Voo, tombo, atordoado. Amo, espero, arrojado; por flores aluado. Esta paz, lago habitado, canto: Chilreado, alma, voz, som, sopro alado. Paira noite, chão chovido. Abre o dia, fim datado. Abre a luz, dou-me enleado: Abrigada, céu, e fado. Se me ama, bondade demasiada, não lembra nenhum pecado. O choro já chorou. Vigia os dedos na r’scrita. Margem, água, poesia, onde tomba uma pétala. Põe os olhos em mim. Me quer, me tem. Gozo infindo seu regaço: Mãe, mulher, calhandra, senha, recado. Baixinho sussurra-me ao ouvido. Sacia-me do mel, manjar sagrado. Sonha-me um sonho sobre meu ombro reclinada. Meu tu, meu tudo, asa, porta, ave, cofre do divino cheiro, M. - Olha o desfeito ar, libérrima floração p’la fonte das moçoilas. Goza-o pra lá das gazelas, à jorrante nascente. - Mãos vazias voos dobrados.
(Lembrado de meus Avós) Simples palavras digam tal-qualmente coisas a estudar sempre aí ante a tua livre mente. Outras sonhadas palavras digam o rigor fulgente. - Num Restaurante: Prego no chão pede rapagão. No chão? Pasma garçon. Sim, no chão, que pra meu cão. Com ronha de palavrão entretêm fome de cão. - Melrinho fiel, que cedo me visitas, saltitando esvoaçante, a cantarolar cantitos puros absolutos, sílabas dum chão empedrado e turvo, na antemanhã liberta das rosas; vou para filmar, e idealizo uns planos picados para acompanhar-te a divagação magnífica, enquanto me deixas por erva húmida, antes dum sol desconhecido. - XIX) Anáfora da vida problemática: Se só uma vez estás vivo, se só uma vez dizes Amor, se só uma vez salvas Amigo, se só uma vez acenas Adeus, se só uma vez vês a Cor, se só uma vez vives a vida, se só uma vez morres da morte, se só uma vez o grão do trigo sepultas para dares lugar ao pão para a mesa… Porque disse então o Cristo Jesus dos paradoxos ser preciso nasceres de novo? XX) Inscrições: A amor amado amor devolver. A amor amar a vida toda. - Menino, conte à Mãezinha tudo tintim por tintim. - Há flores no nome de Jesus. Se andamos longe, por mais perto estamos. - Poema pleno, breve, à tona de ar, corre e vai, pra lá de vento e mar. - Desperta, enche da amêndoa, neve, vinho, pão meus olhos, minha terra. - Dares quanto tens a quantos encontres. Quanto não tens a Deus que teus sonhos sonha. Que quanto deres terás. - Deserto do sol repleto com luz sorrindo - onde o poema se demora. - Nuvens do sol nos abraçam amigas. Mar essencial invisível aos olhos. Reencontro nosso. Por devolvermo-nos dia após dia outros. No sempre, nossa pátria. nos achamos. Que do coração abertos. As Sonhadas Palavras reescritas por Ângelo Ochôa
...compare-se a anterior versão com a actual aqui presente...: - Grunhe suíno na pocilga. Não que escasseie bolota. - Cócórócas, galaroz? Esganam-te. - Arrulhas, pomba, o ’Spríto? - Zurras, burro? Obras urtiga. - Busca, rafeiro, filas rubi. - Pula, macaco, achas galho. - Alça nariz girafa. Que quesita cata. - Orca tonta, esguichas? - Forças voo, cegonha? Brandamente paira. - Rato anafado com porcaria se ceva. - Lebre saltadora rasto não topa. - À borboleta ofuscada o sol turba. - Vaca leiteira pasta verde erva verdadeira. - Insecto seco, areia grossa. - Formiga na retirada. - Poeira nuns interstícios. - Bolbo, água, antenas, arame. - A pardal bico destila mel. - Das macieiras ramas, bordado edénico. - Resfolgas, coelhito? Tens certo o catatau. - ‘A saudade saudadinha diz-se nada no Faial.’ S’em ti voasse, saudade, era meu o Portugal. - A amiga saudade é viúva, noiva, e tem por irmã a manhãzinha, a noite é dela também. - Não chores, madrinha, teu netinho voltou, pra revolver o sol à casa aberta, e arrasar os casulos dos bichos-da-seda. - Tecerem-se ramagens de girassóis. - Aquela clareira inteirinha intervalando pura luz livrou-nos. - Da indecisão à luz maior te perquirires. - Encantos, olhos abertos. Raiva, punhos cerrados. Asas, mãos a céus. Mágoa, do passado. Prece, livro a ler. Esperança, nome gravado. Fúria, fome de pão. Luta, teu bordado. Vida, tu a dizes, meiga rosa, verde prado. Morte, estar vivo. Palavra, ai pesado. Isto dito, eis retrato esboçado. Durmo, velo, ’s’sperado; fujo, fico do teu lado. Voo, tombo, atordoado. Amo, espero, arrojado; por flores aluado. Esta paz, lago habitado, canto: Chilreado, alma, voz, som, sopro alado. Paira noite, chão chovido. Abre o dia, fim datado. Abre a luz, dou-me enleado: Abrigada, céu, e fado. Se me ama, bondade demasiada, não lembra nenhum pecado. O choro já chorou. Vigia os dedos na r’scrita. Margem, água, poesia, onde tomba uma pétala. Põe os olhos em mim. Me quer, me tem. Gozo infindo seu regaço: Mãe, mulher, calhandra, senha, recado. Baixinho sussurra-me ao ouvido. Sacia-me do mel, manjar sagrado. Sonha-me um sonho sobre meu ombro reclinada. Meu tu, meu tudo, asa, porta, ave, cofre do bom cheiro, Maria. - Olha desfeito ar, libérrima floração p’la fonte das moçoilas. Goza-o pra lá das gazelas, à jorrante nascente. - Mãos vazias voos dobrados. -
...compare-se também o término anterior com o presente do meu livro 'sonhadas palavras', no prelo, mas com pdf acessível in http://angeloochoa.net/ -- meu portal poético... Simples palavras digam certas tal-qualmente coisas a estudar sempre ante tua livre mente. Outras sonhadas palavras digam rigor fulgente. - Prego no chão pede rapagão. No chão? Pasma garçon. Sim, no chão, que pra meu cão. Com ronha de palavrão nos entretêm fome de cão. - Melrinho fiel, que cedo me visitas, saltitando esvoaçante, a cantarolar cantitos puros absolutos, sílabas dum chão empedrado e turvo, na antemanhã liberta das rosas; vou para filmar, e idealizo uns planos picados para acompanhar-te a divagação magnífica, enquanto me deixas por erva húmida, antes dum sol desconhecido. XIX) Anáfora da vida problemática Se só uma vez estás vivo, se só uma vez dizes Amor, se só uma vez salvas Amigo, se só uma vez acenas Adeus, se só uma vez vês a Cor, se só uma vez vives a Vida, se só uma vez morres da Morte, porque disse então o Cristo Jesus dos paradoxos ser preciso nasceres de novo? XX) Inscrições A amor amado devolver amor, a amor amar por toda a vida. - Menino, conte à Mãezinha tudo, tintim por tintim. - Há flores no nome de Jesus, madrugada dos nossos sonhos. Quando em nós sumidos, é Ele perto. - Poema pleno, breve, à tona de ar, corre e vai para lá de monte e mar. - Desperta, e enche da flor da neve amêndoa vinho pão meus olhos, minha terra. - Dares quanto tens a quantos encontres. Quanto não tens aO Deus que te sonha os sonhos. Que quanto deres terás. - Deserto do sol repleto, com luz sorrindo, onde o poema se demora. - Nuvens do sol abraçam-nos amigas. Mar essencial invisível a olhos. Reencontro nosso. Por devolvermo-nos outros. No sempre, nossa pátria, nos achamos. Porque do coração abertos. - Pai, Mãe, Avô, Avó, Filha, Genro, Neta, Bisneto. - Maria Estrela Guia Nos Dá Seu Filho Sol Da Justiça Por Nós Sonhado. - I
AVÉ
MARIA
JESUS
LUZ
É - Aro, aro, aro... -
Se não fosse o bom Deus, desesperaria. - XXI) Post-Factum Na encruzilhada de todos os caminhos estou eu e Deus, esperando os irmãos para abraçar. Desvairadas gentes, donde venhais, para onde vades, eu sou vosso, com o coração posto no sangue redentor que vos envolve, e me ama, o sangue eucarístico que alimenta os meus dias. Estou na encruzilhada de todos os caminhos para abraçar o irmão que vem na luz do amor.
Grunhe
ResponderEliminarsuíno
na pocilga.
Não que escasseie bolota.
-
Cócórócas, galaroz?
Esganam-te.
-
Arrulhas, pomba,
’Spríto?
-
Zurras, burro?
Obras urtiga.
-
Busca, rafeiro,
filas rubi.
-
Pula, macaco,
achas galho.
-
Alça nariz girafa.
Que quesita cata.
-
Orca tonta,
esguichas?
-
Forças voo, cegonha?
Brandamente paira.
-
Rato anafado
com sujidade se ceva.
-
Lebre saltadora
nenhum rasto topa.
-
À borboleta,
ofuscada, o sol a turba.
-
Vaca leiteira
pasta
erva verdadeira.
-
Insecto seco,
areia grossa.
-
Formiga
na retirada.
-
Poeira
nuns interstícios.
-
Bolbo, água,
antenas, arame.
-
A pardal
bico destila mel.
-
Das macieiras ramas,
bordado edénico.
-
Resfolgas, coelhito?
Tens certo um catatau.
-
‘A saudade saudadinha
diz-se nada no Faial…’
S’em ti voasse, saudade,
era meu o Portugal.
-
A amiga saudade
é viúva, noiva, e tem
por irmã a manhãzinha,
a noite é dela também.
-
Não chores, madrinha,
que o netinho voltou,
pra revolver o sol à casa aberta,
e arrasar casulos a teus bichos-da-seda.
-
Tecerem-se
ramagens de girassóis.
-
Aquela clareira inteirinha
intervalando
pura luz livrou-nos.
-
Da indecisão a um calor melhor
a ti própria te perquirires.
Encantos,
ResponderEliminarolhos abertos.
Raiva,
punhos cerrados.
Asas,
mãos a céus.
Mágoa,
do passado.
Prece,
livro a ler.
Esperança,
nome gravado.
Fúria,
fome de pão.
Luta,
teu bordado.
Vida,
tu a dizes,
meiga rosa,
verde prado.
Morte,
estar vivo.
Palavra,
ai pesado.
Isto dito,
eis retrato
esboçado.
Durmo, velo,
’s’sperado;
fujo, fico
do teu lado.
Voo, tombo,
atordoado.
Amo, espero,
arrojado;
por flores
aluado.
Esta paz,
lago habitado,
canto:
Chilreado,
alma, voz, som,
sopro alado.
Paira noite,
chão chovido.
Abre o dia,
fim datado.
Abre a luz,
dou-me enleado:
Abrigada,
céu, e fado.
Se me ama,
bondade
demasiada,
não lembra
nenhum pecado.
O choro
já chorou.
Vigia
os dedos
na r’scrita.
Margem,
água,
poesia,
onde
tomba
uma pétala.
Põe os olhos
em mim.
Me quer,
me tem.
Gozo infindo
seu regaço:
Mãe,
mulher,
calhandra,
senha, recado.
Baixinho
sussurra-me
ao ouvido.
Sacia-me
do mel,
manjar sagrado.
Sonha-me
um sonho
sobre
meu ombro
reclinada.
Meu tu,
meu tudo,
asa, porta, ave,
cofre do
divino cheiro,
M.
-
Olha o
desfeito
ar,
libérrima
floração
p’la
fonte
das moçoilas.
Goza-o
pra lá das gazelas,
à jorrante
nascente.
-
Mãos vazias
voos dobrados.
(Lembrado de meus Avós)
ResponderEliminarSimples palavras digam tal-qualmente
coisas a estudar sempre aí ante a tua livre mente.
Outras sonhadas palavras digam o rigor fulgente.
-
Num Restaurante:
Prego no chão pede rapagão.
No chão? Pasma garçon.
Sim, no chão,
que pra meu cão.
Com ronha de palavrão
entretêm fome de cão.
-
Melrinho fiel,
que cedo me visitas,
saltitando esvoaçante,
a cantarolar cantitos puros absolutos,
sílabas dum chão empedrado e turvo,
na antemanhã liberta das rosas;
vou para filmar, e idealizo uns planos picados
para acompanhar-te a divagação magnífica,
enquanto me deixas
por erva húmida, antes dum sol desconhecido.
-
XIX) Anáfora da vida problemática:
Se só uma vez estás vivo,
se só uma vez dizes Amor,
se só uma vez salvas Amigo,
se só uma vez acenas Adeus,
se só uma vez vês a Cor,
se só uma vez vives a vida,
se só uma vez morres da morte,
se só uma vez o grão do trigo sepultas
para dares lugar ao pão para a mesa…
Porque disse então
o Cristo Jesus dos paradoxos
ser preciso nasceres de novo?
XX) Inscrições:
A amor amado amor devolver.
A amor amar a vida toda.
-
Menino,
conte à Mãezinha tudo tintim por tintim.
-
Há flores no nome de Jesus.
Se andamos longe, por mais perto estamos.
-
Poema pleno, breve, à tona de ar, corre e vai,
pra lá de vento e mar.
-
Desperta, enche da amêndoa, neve, vinho, pão
meus olhos, minha terra.
-
Dares quanto tens a quantos encontres.
Quanto não tens a Deus que teus sonhos sonha.
Que quanto deres terás.
-
Deserto do sol repleto com luz sorrindo -
onde o poema se demora.
-
Nuvens do sol nos abraçam amigas.
Mar essencial invisível aos olhos.
Reencontro nosso.
Por devolvermo-nos dia após dia outros.
No sempre, nossa pátria. nos achamos.
Que do coração abertos.
As
Sonhadas Palavras
reescritas
por
Ângelo Ochôa
20 capítulos
664 poemas
120 páginas
5.121 parágrafos
5.125 linhas
106.433 caracteres (sem espaços)
121.831 caracteres (com espaços)
20.500 palavras
a
4iii2010
FIM
...compare-se a anterior versão com a actual aqui presente...:
ResponderEliminar-
Grunhe
suíno
na pocilga.
Não que escasseie bolota.
-
Cócórócas, galaroz?
Esganam-te.
-
Arrulhas, pomba,
o ’Spríto?
-
Zurras, burro?
Obras urtiga.
-
Busca, rafeiro,
filas rubi.
-
Pula, macaco,
achas galho.
-
Alça nariz girafa.
Que quesita cata.
-
Orca tonta,
esguichas?
-
Forças voo, cegonha?
Brandamente paira.
-
Rato anafado
com porcaria se ceva.
-
Lebre saltadora
rasto não topa.
-
À borboleta
ofuscada o sol turba.
-
Vaca leiteira
pasta
verde erva verdadeira.
-
Insecto seco,
areia grossa.
-
Formiga
na retirada.
-
Poeira
nuns interstícios.
-
Bolbo, água,
antenas, arame.
-
A pardal
bico destila mel.
-
Das macieiras ramas,
bordado edénico.
-
Resfolgas, coelhito?
Tens certo o catatau.
-
‘A saudade saudadinha
diz-se nada no Faial.’
S’em ti voasse, saudade,
era meu o Portugal.
-
A amiga saudade
é viúva, noiva, e tem
por irmã a manhãzinha,
a noite é dela também.
-
Não chores, madrinha,
teu netinho voltou,
pra revolver o sol à casa aberta,
e arrasar os casulos dos bichos-da-seda.
-
Tecerem-se
ramagens de girassóis.
-
Aquela clareira inteirinha
intervalando
pura luz livrou-nos.
-
Da indecisão à luz maior
te perquirires.
-
Encantos,
olhos abertos.
Raiva,
punhos cerrados.
Asas,
mãos a céus.
Mágoa,
do passado.
Prece,
livro a ler.
Esperança,
nome gravado.
Fúria,
fome de pão.
Luta,
teu bordado.
Vida,
tu a dizes,
meiga rosa,
verde prado.
Morte,
estar vivo.
Palavra,
ai pesado.
Isto dito,
eis retrato
esboçado.
Durmo, velo,
’s’sperado;
fujo, fico
do teu lado.
Voo, tombo,
atordoado.
Amo, espero,
arrojado;
por flores
aluado.
Esta paz,
lago habitado,
canto:
Chilreado,
alma, voz, som,
sopro alado.
Paira noite,
chão chovido.
Abre o dia,
fim datado.
Abre a luz,
dou-me enleado:
Abrigada,
céu, e fado.
Se me ama,
bondade
demasiada,
não lembra
nenhum pecado.
O choro
já chorou.
Vigia
os dedos
na r’scrita.
Margem,
água,
poesia,
onde
tomba
uma pétala.
Põe os olhos
em mim.
Me quer,
me tem.
Gozo infindo
seu regaço:
Mãe,
mulher,
calhandra,
senha, recado.
Baixinho
sussurra-me
ao ouvido.
Sacia-me
do mel,
manjar sagrado.
Sonha-me
um sonho
sobre
meu ombro
reclinada.
Meu tu,
meu tudo,
asa, porta, ave,
cofre
do bom cheiro,
Maria.
-
Olha
desfeito
ar,
libérrima
floração
p’la
fonte
das moçoilas.
Goza-o
pra lá das gazelas,
à jorrante
nascente.
-
Mãos vazias
voos dobrados.
-
...compare-se também o término anterior com o presente do meu livro 'sonhadas palavras', no prelo, mas com pdf acessível in http://angeloochoa.net/ -- meu portal poético...
ResponderEliminarSimples palavras digam certas tal-qualmente
coisas a estudar sempre ante tua livre mente.
Outras sonhadas palavras digam rigor fulgente.
-
Prego no chão pede rapagão.
No chão?
Pasma garçon.
Sim, no chão,
que pra meu cão.
Com ronha de palavrão
nos entretêm fome de cão.
-
Melrinho fiel,
que cedo me visitas,
saltitando esvoaçante,
a cantarolar cantitos puros absolutos,
sílabas dum chão empedrado e turvo,
na antemanhã liberta das rosas;
vou para filmar, e idealizo uns planos picados
para acompanhar-te a divagação magnífica,
enquanto me deixas
por erva húmida, antes dum sol desconhecido.
XIX) Anáfora da vida problemática
Se só uma vez estás vivo,
se só uma vez dizes Amor,
se só uma vez salvas Amigo,
se só uma vez acenas Adeus,
se só uma vez vês a Cor,
se só uma vez vives a Vida,
se só uma vez morres da Morte,
porque disse então
o Cristo Jesus dos paradoxos
ser preciso nasceres de novo?
XX) Inscrições
A amor amado devolver amor, a amor amar por toda a vida.
-
Menino, conte à Mãezinha tudo, tintim por tintim.
-
Há flores no nome de Jesus,
madrugada dos nossos sonhos.
Quando em nós sumidos, é Ele perto.
-
Poema pleno, breve, à tona de ar, corre e vai para lá de monte e mar.
-
Desperta, e enche da flor da neve amêndoa vinho pão meus olhos,
minha terra.
-
Dares quanto tens a quantos encontres.
Quanto não tens aO Deus que te sonha os sonhos.
Que quanto deres terás.
-
Deserto do sol repleto, com luz sorrindo, onde o poema se demora.
-
Nuvens do sol abraçam-nos amigas.
Mar essencial invisível a olhos.
Reencontro nosso.
Por devolvermo-nos outros.
No sempre, nossa pátria, nos achamos.
Porque do coração abertos.
-
Pai, Mãe, Avô, Avó, Filha, Genro, Neta, Bisneto.
-
Maria Estrela Guia Nos Dá Seu Filho Sol Da Justiça
Por Nós Sonhado.
-
I
AVÉ
MARIA
JESUS
LUZ
É
-
Aro,
aro,
aro...
-
Se não fosse o bom Deus,
desesperaria.
-
XXI) Post-Factum
Na encruzilhada de todos os caminhos
estou eu e Deus, esperando os irmãos para abraçar.
Desvairadas gentes, donde venhais, para onde vades, eu sou vosso,
com o coração posto no sangue redentor que vos envolve, e me ama,
o sangue eucarístico que alimenta os meus dias.
Estou na encruzilhada de todos os caminhos
para abraçar o irmão que vem na luz do amor.
São 20.644 sonhadas palavras,
670 poemas
15.viii.2011
Ângelo